Sempre fui “rata” de academia e era feliz assim, me fazia bem. Gostava da prática de musculação e de alguns exercícios aeróbicos. Frequentava quase todo dia, mas nunca consegui um corpo como aos de revista. Apesar de ótimos professores, me faltava disciplina à mesa. Nunca fui gorda, obesa, mas tive épocas mais “cheinhas” que outras. E assim foi, por mais ou menos uns 10 anos.
Depois, ainda em companhia dos professores da mesma academia, comecei a praticar corrida. Me superei em 10 quilômetros sem parar, que vitória! A corrida é algo viciante, fui levando mais a sério e resolvi ir à uma nutricionista, não por estar gorda, eu não estava, mas queria comer de forma adequada à meu estilo de vida agitado da época. Isso faz uns 5 anos ou pouco mais.
A reeducação alimentar foi uma das melhores decisões que eu tomei na vida. O primeiro benefício foi a perda do pouco peso que me sobrava, uns 5 quilos ou nem isso, e depois… Depois um corpo aparentemente mais saudável e então, o privilégio que eu sempre sonhei: nunca mais precisar brigar com a balança. Eu me reeduquei! Mais que isso: descobri que para ser feliz dentro deste corpo que eu ocupo, primeiramente eu deveria observar a qualidade do “combustível” que estaria depositando nele. Na medida do possível, sempre. Não por beleza, mas por qualidade de vida.
Acontece que eu me estafei de academia há pouco mais de 4 anos. “De” academia e não “da” academia, pois aquela academia de sempre (é, sempre foi a mesma), eu amava. Amava o espaço físico, a localização, os profissionais, as companhias… Mas para mim tinha perdido a graça todo o esforço, a própria prática. Tudo aquilo que antes eu fazia por prazer passou a se tornar obrigação, aí deixou de ser legal. Hoje chego a me perguntar se realmente deixou de ser legal ou se para mim, nunca foi. Talvez eu tenha vivido me esforçando a gostar, pelo fato de ser uma válvula de escape para eu poder comer mais, calorias! Talvez tenha sido apenas uma fase, coisas da idade, talvez… A corrida eu dei continuidade por um tempo, mas sem a mesma cobrança de antes (dos professores), as práticas começaram a acontecer de forma mais espaçada, até cair no esquecimento, também.
E foi assim. Depois eu me casei, e na euforia da casa nova e dar atenção ao marido, mais o fato deu ter vindo morar em Mandaguaçu/PR, mesmo continuando a trabalhar em Maringá/PR, eu pouco me importava em voltar a praticar alguma atividade física, mesmo ciente da importância para saúde. Queria mais era sair do trabalho e correr pra casa. A desculpa era sempre a falta de tempo, mas no fundo era tudo falta de vontade!
Finalmente, decidi voltar a “malhar”. Mas fazer o quê, sendo que eu prometi pra mim mesma que só voltaria se fosse por prazer? E eu não queria aulas para eu sair me sentindo mais agitada do que quando eu entrei. Sem perceber eu estava buscando outra sensação. Não queria mais brincar de ser escrava da beleza do próprio corpo, hoje para mim, isso está longe de ser o mais importante . Me amo assim. Uma aula experimental de pilates me conquistou, mas o lugar era muito fora de mão pra mim (ou isso talvez tenha sido mais uma desculpa!). Nisso passou mais um tempo… Até que um belo dia, sem saber para quem recorrer para me dar tal informação, digitei no google: yoga em Maringá. Bingo! Apareceu um site gracioso, organizadinho, que já me encantou logo de cara.
A foto do local mostrava um jardim lindo e o espaço era específico para práticas de yoga e massagens indianas. Um lugar que me passou ser muito calmo, tranquilo. Peguei o contato da professora e marcamos uma aula experimental. Por telefone eu meio que expliquei pra ela toda minha situação e disse que estaria procurando algo pela saúde e não pela estética. Estava buscando alongar e fortalecer meu corpo, mas por prazer e não por obrigação. Já tinha falado à ela a minha idade e ela logo mandou: “Sim, sei muito bem o que você está querendo dizer. Passou dos 30, né?”. É, de novo… Coisas da idade, (risos).
Primeiro dia é aquela coisa, pouco entrosamento e timidez de sobra. Mas me senti em casa, desde sempre. Fui muito bem acolhida, não apenas pela professora (que é uma graça), mas por toda a turma. Nada a ver com a “vibe” de uma sala de academia tradicional, o silêncio na prática de yoga é fundamental. No começo, se rolar algumas palavrinhas, geralmente é tudo em tom baixinho. Depois da aula é que é a hora de papear, e em grande estilo!
Grande estilo porquê, pasmem vocês, todo final de aula rola um cházinho, contendo: dois sabores de chá, pão integral, manteiga, geléia e vez ou outra, bolo. Tudo caseiro (inclusive a manteiga), fresco, distribuido numa mesa debaixo de um pergolado, no jardim lindo. Aí os praticantes (eu também, no caso) ficam alí por uns 15 minutinhos, trocando boas energias e curtindo a tranquilidade, como se fosse uma continuação da aula.
E eu que fui procurar o yoga principalmente pela saúde, acabei trazendo de brinde, a paz!
Num outro post eu descreverei mais sobre as práticas.
Tenham um lindo dia.
Namastê!
Beijos, beijos.
Maria F. Mazzer