San Carlos de Bariloche, para resumir: Bariloche. Uma só cidade em algumas versões, foi o que descobrimos numa recente viagem para lá. A cidade está localizada junto à Cordilheira dos Andes na fronteira com o Chile e é rodeada por lagos e montanhas, sendo considerada parte inicial da Patagônia Argentina, embora muitos desconheçam esta informação. As belas paisagens que nos fazem perder o fôlego não são à toa, além de todas as referências de localização citadas acima, Bariloche está inserida em um parque ecológico, o Parque Nacional Nahuel Huapi, que leva o nome de seu lago principal.
Da parte dos hotéis:
Quando comecei a pesquisa para elaborarmos nosso roteiro, me deparei com um mundo de hotéis. Um bom tanto aglomerado no centro e alguns muitos, espalhados pelos arredores. E daí? Onde ficar? Hospedar-se num hotel pertinho de “tudo”, onde se pode frequentar lojinhas e restaurantes a pé ou ficar um pouco mais afastado e mergulhar num incrível contato com a natureza? Na dúvida, fique com os dois. Esta ideia foi do meu marido e assim fizemos. Em oito noites de estadia, optamos por ficar no centro nas três primeiras e depois fomos para mais próximo das montanhas, à beira de um dos muitos lagos: o Gutiérrez. Qual a melhor opção? Aí vai depender única e exclusivamente do gosto de cada um. Nós amamos a natureza! E uma coisa é fato: são dois modos de viver Bariloche completamente diferentes.
Embora seja relativamente “barato” consumir em Bariloche, pela nossa moeda estar valendo três vezes mais do que a deles atualmente, os preços dos hotéis me assustaram. Talvez seja pelo mês que optamos em ir: agosto, talvez seja por grande parte já estar reservado quando fui procurar um para nós, ou talvez sejam caros mesmo! O hotel do centro, o Tres Reyes, eu achei, além de caro, muito mal conservado e o do Lago Gutiérrez, o Refugio del Lago, para nós foi encantador e um pouco mais em conta do que o outro. Mas é o tal negócio: é tudo questão de gosto e opinião. Algo que acho interessante observar em relação as tarifas de hotel na Argentina é que eles costumam cobrar 20% de imposto sobre o valor da diária. Então sempre observem, ao fechar o valor da estadia, se esta porcentagem já está inclusa ou não. Sites que usei para a reserva dos hotéis desta viagem: Booking e Decolar, recomendo! O site da Decolar também é ótimo para cotação e compra de passagens.
Da parte do transporte:
A cidade, embora seja pequena, conta com pontos de interesse um pouco afastados e o trasporte público “deixa a desejar”, foi o que me disseram por lá. Aí você vai precisar pagar por um taxi ou um remise (depois explico o que é remise) para te levar ou então, fechar passeios em grupo e ir de ônibus ou van, socorro! Mas, pela cidade ser pequena e conter vários lagos como pontos de referência, torna-se muito melhor a localização para se locomover facilmente. Em outras palavras: alugue um carro e seja feliz! Diárias a partir de uns R$ 120,00.
O que é remise? Remise é nada mais do que um taxi combinado. Ao invés daquele marcador para gerar o valor, o preço é combinado assim que você entra no carro. É isso. Mas voltei sem entender como o grupo de taxistas aceitam isso por lá.
Da parte da grana:
Eis que surge outra dúvida para quem vai viajar para Bariloche: que moeda levar? Dica para brasileiros: real ou dólar, menos peso. Leve em pesos o suficiente para uma emergência na chegada. Fora isso, o restante você troca por lá, sempre em condições melhores que aqui, ao longo da famosa Rua Mitre com os mesmos caras que ficam em frente às lojas oferecendo “roupas de nieve” para alugar. Sem contar que tem muitos lugares que aceitam real ou dólar como forma de pagamento, em conversões tão boas quanto.
Da parte do aluguel das “roupas de nieve”:
Não confunda: esquiar na neve com brincar na neve! E se você é daqueles que não irá à Bariloche apenas para esquiar, talvez seja tolice gastar tanto comprando calça e jaqueta impermeáveis, à prova de neve. Mas tudo vai depender de quantas vezes mais irá utilizar após a viagem , da sua vontade e do seu bolso, claro. Aí você também vai precisar de um bom calçado, de preferência impermeável ou resistente à umidade. Se você não tiver um, também tem pra alugar. Depois também tem aqueles óculos de proteção que, para quem vai apenas para “brincar” na neve, é obvio que não precisa. As luvas sim, estas são indispensáveis!
-Diária do traje completo (roupa, bota e luvas) para alugar: a partir de uns R$ 35,00.
Da parte da estação de esqui e o brincar na neve:
Mais uma vez eu repito que, uma coisa é brincar na neve, outra muito, mas muito diferente é esquiar na neve ou praticar snowboard, que seja.
-Para os profissionais ou para aqueles que se dispõem a tentar, eis o destino: Cerro Catedral. Eu disse: para profissionais ou para quem se puser a tentar! Coisa séria, nada de brincadeiras (risos). Cerro Catedral é apenas uma, das muitas colinas que rodeiam Bariloche, mas a única com uma estação de esqui profissional. Distante uns 20 quilômetros do centro, este Cerro é tão frequentado que dispõe de uma infraestrutura admirável: alugueis de roupas e equipamentos para a prática, lojas, cafés, restaurantes, além de uma farta opção de hospedagem. Formou-se ali praticamente uma cidade a parte, um vilarejo.
-Diárias para usufruir do complexo a partir de R$ 70,00, sendo este valor para o uso das pistas para iniciantes. Ou então, R$ 120,00 para usar toda a infraestrutura.
-Diária dos equipamentos para esquiar: a partir de uns R$ 40,00.
-Aula particular com duração de duas horas para iniciantes: a partir de R$ 240,00.
-Para brincar na neve, principalmente para aqueles que viajam em família, com filhos até a idade adolescente, nada melhor do que ir para Piedras Blancas. Não muito distante do centro, acredito que uns seis quilômetros mais ou menos, e com várias opções de atividades, como: esquibunda, teleférico, passeio de “trenó” e esqui para iniciantes. Diversão garantida! Só não me lembro sobre os valores, pois paga-se separadamente por atividade.
Dos demais cerros à disposição:
–Cerro Otto: a subida é por meio de teleférico. Lá de cima, além da bela vista, você encontra um restaurante/café giratório, ótimo para apreciar toda a paisagem enquanto você come. Além disso, também existe um pouco de diversão: em Cerro Otto, quando a neve permite, também é possível a prática do esquibunda. Fácil e divertido!
–Cerro Campanario: assim como em Cerro Otto, a subida também se dá por meio de teleférico. Lá em cima também tem um restaurante/café, porém um pouco mais modesto que em Cerro Otto. Mas a vista compensa qualquer coisa: lá de cima, uma das mais lindas de Bariloche. Passeio rápido e surpreendente.
Dos demais pontos de interesse:
-Na cidade, vocês ouvirão muito falar sobre a Calle Mitre, que é a rua principal de Bariloche, onde localiza-se várias lojas de artigos variados como roupas, calçados e acessórios, além de muito chocolate, já que estes são fabricados por lá mesmo.
-O centro cívico, que se encontra na continuação da Calle Mitre, também é considerado como ponto turístico, embora não tenha nada demais, além dos cachorros São Bernardo esperando para tirar uma foto com você, (vejam abaixo – risos) e o Museu da Patagônia.
-Para quem gosta de visitas à museus, outro que se destaca em Bariloche é o Museu Paleontológico.
-A Catedral da cidade também é muito bonita, para quem se interessar.
-Existem alguns passeios pelos arredores de Bariloche, dos quais estão inseridos no Parque Nacional, entre eles, o passeio Chico, que pode ser feito de carro, caso você alugue um. As paisagens deste trajeto são fascinantes.
Da parte dos restaurantes:
Para quem curte uma boa carne, Argentina é um prato cheio! De um modo geral, come-se muito bem.
Talvez vocês nunca tenham reparado, mas salvo algumas exceções, não sou muito de indicar restaurantes em minhas viagens. Eu mesma quando viajo, como pelo caminho (risos). É mais ou menos isso mesmo: como conforme dá e onde convém, sem perder tempo de ficar procurando qual. Mas Bariloche é uma cidade pequena, aí já facilita um pouco. Peguei algumas dicas antes de ir e estes foram os mais citados: Familia Weiss e El Boliche de Alberto. Conseguimos ir no Familia Weiss. O Boliche, que na verdade não tem boliche, havia constantes filas com espera de uma hora para ser atendido. Aí vem a parte da perda de tempo… Enfrentar filas em nossa rotina diária, somos obrigados a aceitar, mas nas férias… Acho que não, né? Enfim… O Weiss eu também recomendo e o Boliche, apesar de não termos ido, tivemos muito boas referências.
Além destas duas tradicionais indicações, recomendo muito um outro restaurante: o Kandahar: lugar muito aconchegante com paredes rústicas e cortinas de veludo, todo à meia luz. Puro romantismo e comida de primeira.
É isso, meu povo! Espero ter ajudado quem precisa de ajuda ou ter inspirado quem precisa de inspiração. Como diz o título: fomos no inverno. Mas confesso, voltamos morrendo de vontade de retornar no verão, com passeios totalmente diferentes mas igualmente encantadores, consigo até imaginar.
Beijos, beijos. Abraços, abraços. Aproveitem bem o fim de semana!
Maria F. Mazzer
Estamos no face: Afe, Maria!