
Parece gelo, mas pessoalmente a textura se assemelha às conchinhas do mar. É duro, não escorrega e a água é quentinha. Pamukkale – Turquia.
A força do pensamento atrai. Você pode até não acreditar, mas se parar para analisar, pode ser que encontre algum sentido nisso.
Um dia cheguei em casa e isso nem faz tanto tempo – me lembro que já era casada – liguei a TV, coisa que nem costumo fazer. Passava um documentário sobre um lugar turístico, mas já estava no finalzinho. Não tive tempo de saber onde era e nem o nome sequer, então fiquei apenas admirando as imagens.
Sonhei em um dia poder estar naquele lugar, mas foi um sonho mesmo, só que eu estava acordada. Me lembro perfeitamente em ter pensado assim: “Nossa, imagina um dia, eu poder colocar meus pés neste paraíso? Mas deve ser muito difícil. Um lugar tão diferente que eu nunca vi antes e nem sei dizer onde fica. É, seria realmente um sonho, parece o céu!”
Quando meu marido chegou em casa, até contei pra ele do lugar lindo, mas sem dar maiores detalhes, pois eu nem tinha. Só sabia dizer que era lindo e que parecia o céu, pelo menos o meu céu.
O tempo passou… E confesso que eu nem pensava mais no lugar lindo. Quando que de repente, decidimos ir para Turquia!
Quando a gente decide ir para algum lugar, levamos isso a sério (risos)! Na verdade, eu que levo mais a sério e meu marido meio que se aproveita da situação – “vai no embalo” (mais risos). É que gostamos de viajar de forma independente e isso requer um estudo antecipado da situação: como ir, quando ir, quanto tempo ficar, o que conhecer, enfim. E foi nesta hora que descobri o nome do lugar lindo: Pamukkale. Para minha surpresa, fica na Turquia! Foi muito emocionante! Bateu uma alegria sem tamanho e depois uma preocupação, ao olhar no mapa e ver o tamanho do trajeto que teríamos que percorrer a mais “apenas” para conhecer Pamukkale. Mas… Sonho é sonho e eu não poderia deixar escapar esta oportunidade.
Portanto, retomando nosso roteiro, antes de irmos para Pamukkale, estávamos na Capadócia, lembra? Se não se lembrar, pode ver aqui. E como ir da Capadócia para Pamukkale? Eis a questão! Bem, são duas as possibilidades mais óbvias: ônibus de linha ou avião. Se optar em ir de avião, estando na Capadócia, você pegaria o vôo de Kayseri até Denizli. De Denizli tomaria um táxi até Pamukkale. Mas esta passagem aérea estava muito cara. Para terem uma noção, estava quase tão cara quanto a que pagamos para irmos de Paris para Capadócia, ou seja, inviável! E outra, nenhum dos vôos deste percurso é direto e embora seja mais rápido, ainda perde-se muito tempo com horários inviáveis. De ônibus demora absurdamente mais, claro! Umas 10 horas, aproximadamente. Mas é bem mais eficiente e barato. Pagamos apenas R$ 90,00 para nós dois! As poltronas não eram lá muito confortáveis para uma noite inteira de estrada (saímos as 21h e chegamos as 7h), mas o ônibus estava em condições muito boas, bem novinho, por sinal. Empresa rodoviária: Metro.
Aí, se você opta em ir de ônibus, estando em Goreme, você pode pegar o ônibus em Goreme mesmo, no centrinho. E o desfecho do transporte é quase uma piada: depois de rodarmos as aproximadas 10 horas de ônibus, o motorista parou do nada em uma rodovia. Não havia nenhuma estação ou nenhum ponto de ônibus se quer. Quem fosse para Pamukkale, era para descer, disse o cara. Descemos e inacreditavelmente, também do nada chegou uma van que continuou nosso trajeto, tudo incluso nos R$ 45,00 por passageiro. A van nos levou até a central da companhia Metro, em Pamukkale, onde pudemos deixar nossa bagagem para então desbravarmos Pamukkale livremente.
Ok, de ônibus é bem mais barato, já provei para vocês. E a parte eficiente eu vou provar agora: tendo em vista que apenas um dia (ou até menos) é o suficiente para conhecer Pamukkale, o horário de ônibus é muito mais viável, desde que você esteja disposto a passar uma noite inteirinha dentro dele, como já disse acima. De ônibus você chega cedinho, conhece todo o local e ainda, se tiver sorte, pode optar por continuar o roteiro até Istambul, de avião (trecho direto em apenas 1 horinha), com preço irresistível. Acreditem: para este percurso, conseguimos o mesmo valor da tarifa do ônibus: R$ 45,00 por pessoa, com as taxas! Foi quase um sonho: saímos de Denizli no vôo das 19:15h e as 20:20h já estávamos em Istambul.
Ah! E não se esqueça da dica que já havia dado no post da Capadócia: se você é daqueles que se aventura em organizar sua própria viagem, compre as passagens para Turquia ou as passagens para utilizar dentro da Turquia diretamente da empresa aérea Turkish Airlines.
Achei importante relatar a forma do percurso, pois existe bastante dificuldade nesta etapa, para quem prefere viajar por conta própria. Mas agora vamos falar da beleza…
Em uma pesquisa rápida, segundo o wikipedia: Pamukkale (“castelo de algodão”, em turco) é um conjunto de piscinas termais de origem calcária que com o passar dos séculos formaram bacias gigantescas de água que descem em cascata numa colina, situado próximo a Denizli, na Turquia. A formação do Pamukkale deve-se aos locais térmicos quentes por baixo do monte que provocam o derrame de carbonato de cálcio, que depois solidifica como mármore travertino. Foi declarado Património Mundial da UNESCO juntamente com Hierápolis em 1988.
Para ter acesso à esta colina, paga-se uma tarifa de entrada e você pode passar o dia no lugar, sem a presença de guia. As piscinas são lindas, de perder o fôlego, mesmo! Mas… Por opção da natureza ou/e mais ainda por interferências humanas, sim, elas estão secando! Pessoalmente observa-se que boa parte delas já estão secas, uma lástima! Das que ainda tem água, em partes eles permitem a entrada para banho, em outras, não. Tem também uma piscina maior que você pode pagar um valor a parte para desfrutar da água termal. Toda água de Pamukkale é termal e considerada medicinal.
Quem entra para visitar Pamukkale também tem o privilégio de conhecer as ruínas de Hierapólis. Em outra pesquisa rápida ao wikipedia: Hierapólis é uma antiga cidade perto da cidade de Denizli, na Turquia. Foi fundada por Eumenes II, rei de Pérgamo, no século II a.C. Nesta cidade residiram Papias, discípulo de São João, e Epíteto, filósofo estóico. Lá ficam, entre outros monumentos, o Martírio de São Felipe, túmulo construído no século V, segundo um complexo plano da época bizantina (quarto octogonal, formando uma cruz dupla, rodeado por uma praça) e o Teatro Romano. A cidade foi, em conjunto com o Pamukkale, declarada Património Mundial da UNESCO.
Resumidamente, passar o dia em Pamukkale/ Hierápolis foi uma experiência única! Valeu cada quilômetro rodado a mais, valeu cada momento de cansaço. É muita história para viver!
Um grande beijo, meus queridos. Sobre a Turquia, ainda falta falar de Istambul, num próximo post, em breve. Aguardem.
Beijos, beijos e boa quarta-feira.
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Maria F. Mazzer